sábado, 9 de fevereiro de 2013

Coisas e não coisas sobre as pessoas que pensam que os outros são ‘não pessoas’.

Li um texto sobre um psicólogo que varreu ruas durante 8 anos, para provar que não enxergamos pessoas e sim função social. O cara chegou à conclusão que alguns são alvos de “invisibilidade pública”. Caso você tenha curiosidade sobre os detalhes desse estudo, acesse: http://www.cmqv.org/website/artigo.asp?cod=1461&idi=1&id=1202. Aí li outro post sobre o valor das coisas, aqui mesmo: “Coisas e não coisas que queremos ter”(http://naocoisas.blogspot.com.br/2013/02/coisas-e-nao-coisas-que-queremos-ter-o.html). E a constatação foi: somos menos do que mostramos, porém mais do que pensamos. E iguais uns aos outros. Explico: Pensei nas minhas experiências mais recentes, não por que começaram agora, mas se avaliar bem, durante a vida toda pensei assim, “idioticamente”. 
No último final de semana, contratei uma pessoa nova para limpar minha casa. Quando ela chegou em casa, estava arrumada, bem vestida, maquiada e perfumada. E eu brinquei com ela: Nossa! Como ela vem chique fazer faxina! ... Comentário de péssimo gosto e recheado de julgamentos. Primeiro por que ela estava ali para fazer um trabalho digno como o meu e o seu. E se eu me visto bem para trabalhar, ela também o faz. Segundo por que, se notarmos bem eu rebaixei – sem noção e intenção – a profissão dela: “vem chique para fazer uma faxina”. Como ela deveria vir? De qualquer jeito no caminho, só porque quando ela chegasse em minha casa, ela ia fazer apenas uma... faxina? Por que não valorizo o trabalho dela que é essencial para a minha vida? Que eu sequer sei fazer sozinha! E aí, pergunto a você: por que desvalorizar as pessoas com essa profissão? Por que “dó” de pagar R$xx,xx por uma faxina? No que eu sou melhor do que ela? Por que não cumprimentar um gari, mas cumprimentar um doutor? Quem sabe o que vai na alma de cada um deles? Quem sabe do caráter, dos anseios, dos amores, das dores do outro? Quem sou eu pra te julgar? Quem é você pra não me entender? Quem somos nós, afinal? 
Li uma charge de dois rapazes conversando. Um dizia ao outro “Sou grato à vida”. O segundo retrucava “Como? Você não tem carro, paga aluguel, não tem cartões de crédito...”. E o outro respondia “Sou grato à vida. Não ao sistema”. A escravidão ao sistema foi o que fez com que o psicólogo varresse o meu e o seu chão, mas nunca recebesse um ‘bom dia’ ou um ‘obrigado’ durante 8 anos. 
Do dentista ao manobrista. Do ator ao corretor. Da freira a benzedeira. Do arquiteto ao analfabeto. Dono de gado ou desempregado. Somos todos iguais. Ele não é menos. Você não é mais. Estou aprendendo, devagar e sempre, a enxergar o coração das pessoas e convido você a esquecer o visual, penetrando almas, desnudando a sua. Cada um com suas coisas e / ou não coisas, mas gente é sempre gente. 
É isso aí!

Um comentário:

  1. Unica come sei
    Immensa quando vuoi
    Grazie di esistere...

    Resumindo: Belíssima reflexão!Obrigada!

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